O Projeto de pós-graduação em Cirurgia iniciou desde 1995 na Universidade do Estado do Pará (UEPA) com a implantação do Laboratório de Cirurgia Experimental (LCE-UEPA).
Com pensamento de incentivar a pesquisa nas áreas cirúrgicas, o Grupo de Cirurgia Experimental, iniciou modestamente seus trabalhos em 1995 e vem trabalhando desde então, inicialmente com a graduação, incentivando a iniciação científica e a Pesquisa em nossa Universidade, e posteriormente com a pós- graduação em parcerias com a Escola Paulista de Medicina (UNIFESP), com a UNICAMP e outras.
Foram iniciados projetos nas áreas cirúrgicas, com o reforço do conteúdo de ensino e pesquisa no âmbito da UEPA. Com isto foi criado o “Curso Básico de Cirurgia Experimental”, no qual professores, monitores e alunos quatro vezes ao ano passavam na prática conhecimento e habilidades cirúrgicas a alunos provindos de Belém e de outros estados Brasileiros. Logo nos anos seguintes, a pedido dos alunos foi iniciado o Curso Avançado de Cirurgia Experimental, no qual os alunos podiam treinar juntamente com seus monitores e staffs, desde procedimentos cirúrgicos simples como anestesia geral, traqueostomias, apendicectomia, anastomoses digestivas, até procedimentos mais avançados como vídeo colecistectomias e transplante hepático em suínos. Neste período, foram implantados comitês de ética animal e em seres humanos, núcleos de pesquisa institucionais, o que alavancou o estímulo a pesquisa dentro da Universidade.
O Grupo produziu desde 1995, dentro do LCE da UEPA, em parceria com outros Cursos de Pós-Graduação 10 Teses de Mestrado (Prof. Marcus Brito, Prof.
Nara Brito, Prof. Carla Mércia, Prof. Octávio Gomes de Souza, Prof. Jair Graim, Prof. Manoel Moreira, Prof. Vera Meireles, Prof. Renata Amanajás, Prof. Rosa Guimarães e Prof. Valéria Normando) e 3 de Doutorado (Dr. Marcus Vinicius Henriques Brito, Dr.ª Nara Macedo Botelho Brito e Dr. Mauro de Souza Pantoja), inúmeros TCCs com premiação em Congressos Nacionais, Projetos de pesquisa aprovados pelo CNPq, SECTAM e pela própria UEPA, trabalhos científicos envolvendo graduandos dos Cursos de Medicina, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, publicados anualmente em anais de congressos, revistas Qualis A, B e C da CAPES, além de capítulos de Livros de circulação Nacional.
Nesta trajetória, em fevereiro de 2001 foi iniciado o Mestrado em Motricidade Humana, nosso primeiro Curso stricto sensu na área das Ciências da Saúde. Este curso, até abril de 2004, pré-qualificou 100% de seus alunos e qualificou 15 profissionais, os quais, por sentirem necessidade de aprimoramento profissional, continuaram a pós-graduação, ao nível de doutorado, fora do Estado do Pará.
Somente nos últimos anos, após 2010, a Universidade passou a contar com o número expressivo de docentes titulados para a implantação de cursos de pós- graduação stricto sensu, mesmo assim esbarrando na exigência de inter-relação, interdisciplinaridade e produção científica conjunta de seus docentes, exigida pela CAPES e CNPq, a fim de reconhecer o Grupo e credenciar o Curso ou Programa de Pós-graduação.
Naturalmente este processo contínuo de crescimento tomou força em 2013 quando foi aprovado o Programa de Pós-graduação Profissional em Cirurgia e Pesquisa Experimental (CIPE) que deu andamento e força ao movimento de pesquisa na graduação e agora com a pós-graduação, voltada principalmente para as áreas cirúrgicas.
Assim, a contextualização inicial do Programa em 2013 foi registrada com o seguinte texto, que mostrava a evolução da pós dentro da instituição:
“A preocupação com qualificação não é recente entre os professores que compõem o Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da UEPA, visto que é de consenso de todos que o aprimoramento didático científico é condição fundamental na busca da excelência”.
Apesar dos esforços e de árduas tentativas, havia no Centro de Ciências Biológicas e da Saúde menos de 60% de professores titulados com mestrado ou doutorado, sendo em sua maioria professores substitutos. Estes números se justificam devido aos elevados custos com locomoção para os centros onde a Pós-graduação já se encontra consolidada e nas dificuldades operacionais em se criar na Universidade Cursos de Pós-graduação.
A proposta inicial do CIPE em 2013, fundamentou-se na carência local e regional de cursos stricto sensu, principalmente na área da cirurgia, assim como na
necessidade de estimular, na Universidade o convívio entre a graduação e pós-graduação em saúde. Além disso, há de se ressaltar que o processo de qualificação profissional, quando realizado na Instituição, favorece o desenvolvimento de condições básicas locais com a valorização e incremento dos laboratórios de pesquisa já instalados assim como a instalação e montagem de novos laboratórios, padronização da metodologia científica, melhoria do acervo da biblioteca, enfim, consolida e aperfeiçoa cada vez mais os recursos materiais e humanos já existentes. Gera também, benefícios para o ensino de graduação visto que os alunos contam com um quadro de docentes qualificados, além de que as atividades que serão executadas na pós-graduação permitirão o contato direto em salas de aula ou laboratórios entre os alunos de pós-graduação e graduação.
O contrário ocorria quando os profissionais eram pós-graduados em outros Centros e ao retornarem, encontram muita dificuldade na sua reintegração aos laboratórios, por falta de infraestrutura básica para a instalação e execução de sua linha de pesquisa.
Neste período o grupo se fortaleceu com a agregação de Doutores recém-chegados de suas Pós-graduações, contando inicialmente com 8 doutores, de diferentes disciplinas, porém interligados por suas linhas de pesquisa e publicações conjuntas, o que atende diretamente as exigências da CAPES e CNPq.
Mantendo formação didático científica contínua, com discentes da graduação a equipe de doutores iniciou o Grupo de pesquisa do CNPq “Cirurgia Experimental”, ativo até hoje e que em 2012 alavancou a ideia de evoluir a uma pós-graduação.
Em outubro de 2013 após a aprovação do “Curso de Mestrado Profissional em Cirurgia e Pesquisa Experimental” o Programa, iniciou suas atividades em 2014, com forte viés acadêmico, como muitos outros na Medicina III profissional.
A primeira turma do Curso de Mestrado foi iniciada em abril de 2014, com 13 alunos, turma esta que foi integralmente graduada no período estipulado de 24 meses. O mesmo ocorreu com as duas turmas seguintes, que já passaram a contar com ingressos provindos por meio de convênio com a Santa Casa de Misericórdia do Pará e da Unimed Sul do Pará em Marabá, o que seria o berço do núcleo do Programa no sul do Pará, e que se expandiria a Imperatriz no Maranhão e Augustinópolis no Tocantins.
A partir do terceiro ano, com o amadurecimento do curso, as turmas evoluíram para 24 discentes sendo a procura média de 85 candidatos a cada processo seletivo. Desta forma o programa hoje já conta com aproximadamente 125 egressos, candidatos às vagas do futuro curso de doutorado, sem contar com pretendentes oriundos de outros programas da região norte que já começam a procurar informações sobre o processo seletivo.